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O teatro na Bíblia


         
          No Novo Testamento encontramos a palavra theatron (1Coríntios 4.9) e outras dela derivadas ou correlatas significando ‘espetáculo’ no sentido de que algo ou alguém está sendo observado por várias pessoas e nelas causa algum efeito (Lucas 23.48; Hebreus 10.33; 12.21). Nos dias de Jesus havia um teatro em Jerusalém construído por ordem do Rei Herodes, o Grande (73 – 4 a.C.), porém para agradar aos romanos. Embora os antigos judeus convivessem com culturas que patrocinavam as artes teatrais como a grega e a romana e em Jerusalém houvesse um teatro, eles não aderiram ou incorporaram à sua liturgia e cultura esse tipo expressão artística principalmente por que muitas das peças teatrais da antiguidade eram repletas de paganismo e sensualidade. Pelo mesmo motivo os primeiros cristãos rejeitaram o teatro até que na Idade Média passaram a utilizá-lo como forma de evangelismo.
          No transcurso dos séculos vários grupos cristãos foram utilizando as artes cênicas como veículo de propagação da fé. Devemos também observar que o fato de algo ser um elemento cultural não-judaico não impede deste ser usado a serviço de Deus. Não é sem razão que Paulo usa a poesia pagã grega para evangelizar (Atos 17.28) e exortar (Tito 1.12,13).
          Não obstante a origem pagã, a essência do teatro, isto é, a dramatização, é encontrada na Bíblia através da liturgia sacerdotal e nos atos simbólicos dos profetas, inclusive os de Jesus. Não bastou a Deus dizer a Abraão que ele seria pai de uma multidão de pessoas. Deus o fez sair da tenda e ver as estrelas e disse: “Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade”(Gênesis 15.5). Deus usou sua arte, as estrelas, para mostrar a Abraão o que Ele pretendia realizar. Não foram suficientes as palavras. Deus quis que Abraão visse. Essa é a essência do teatro na sua origem etimológica: ‘ver,’ ‘algo para ser visto’. O teatro como espetáculo pode ter suas raízes nos cultos pagãos; mas o uso de recursos visuais, de imagens inspiradoras, a dramatização da verdade espiritual, tem sua origem em Deus.

A Liturgia Sacerdotal como Dramatização de Verdades Espirituais

          O livro de Levítico registra vários tipos de rituais que os sacerdotes e os ofertantes praticavam na Antiga Aliança. Diz o Novo Testamento que esses rituais eram sombras, símbolos do mundo espiritual e de coisas que estavam para vir (Colossenses 2.17; Hebreus 8.5). Isto é: eles dramatizavam realidades espirituais. Não bastavam aos homens e mulheres da Antiga Aliança pedir verbalmente perdão a Deus por seus pecados ainda que com sinceridade. Esse pedido de perdão e aceitação era dramatizado através dos sacrifícios e da mediação sacerdotal que eram símbolos de realidades espirituais bem como de acontecimentos vindouros. As realidades espirituais do perdão, expiação, redenção, da mediação eram vivenciadas e dramatizadas pelos ritos levíticos. Por exemplo, segundo estudiosos, a oferta pacífica movida perante o Senhor (Levítico 7.29-34) tinha o seguinte ritual: a porção do sacrifício destinada ao sacerdote era primeiramente colocada nas mãos do ofertante. Então o sacerdote colocava suas mãos embaixo das mãos do ofertante e as movia com a oferta para frente e para trás e para cima e para baixo. O que foi feito? Um sinal de cruz. À luz do Novo Testamento, esse rito representava ou dramatizava o vindouro sacrifício de Cristo. A liturgia do Antigo Testamento é teatro, é dramatização de realidades espirituais.

Os Atos Proféticos
         

          Exemplos de dramatizações ou ações simbólicas das mensagens divinas pelos:
o discípulo dos profetas (1Reis 20.35-43);
Aías de Silo (1Reis 11,29s);
Isaías (Isaías 20.2-4);
Ágabo (Atos 21.10-11).
         As ações de Jeremias e Ezequiel têm sido claramente identificadas como pantomima e teatro de rua por artistas (Rory Noland) e teólogos (Silvia Schroer e Thomas Staubli). Vejam-se o grande número de ações simbólicas e recursos visuais que eles representaram para transmitir sua mensagem profética:
         Jeremias :
1. Cinto de linho escondido no Eufrates (13.1-11);
2. O oleiro e o barro (18.1-8);
3. A botija quebrada (19.1-13) ;
4. Um jugo no pescoço (27.1-8);
5. Compra do campo do parente (32.6-15);
6. A obediência dos recabitas (35.1-19);
7. As pedras escondidas (43.8-13);
8. Livro jogado no Eufrates (51.63,64);
         Ezequiel:
1. Ele representou o cerco de Jerusalém com um tijolo (4.1-3);
2. A fome no cativeiro cozendo pão com excrementos (4.9-17);
3. A destruição pela espada cortando seus cabelos com navalha e os atirando ao vento (5.1-7);
4. A ida do povo ao cativeiro fazendo um buraco na parede para partir com suas mobílias como um deportado.(12.1-11);
5. Com uma espada afiada e polida retratou o juízo iminente sobre Jerusalém (21.1-17);
6. A vitória da Babilônia é retratada pela espada de Nabucodonosor (21.18-23);
7. A queda de Jerusalém é simbolizada pela morte da esposa (24.15-27);
8. A união de Judá e Israel pela escrita do nome de Judá e de Israel em dois bastões (37.15-28).
        Não se pode deixar de mencionar o próprio Jesus. As parábolas evocam cenas do dia a dia e a visualização delas na mente à medida que são lidas ou ouvidas. Embora não encenadas, são visualizadas na imaginação. Para ilustrar a esterilidade de uma falsa aparência ele amaldiçoa a figueira sem frutos que seca imediatamente tornando-se um símbolo vívido (Mateus 21.19-21). Há que se falar também do lava-pés: para mostrar como devemos servir uns aos outros Jesus se caracteriza como um escravo e faz um serviço que só escravos faziam (João 13.1-17). Não bastou a Jesus falar; ele teve que teatralizar seu ensino.
       Muitos gestos simbólicos são registrados na Bíblia: mãos erguidas (Êxodo 17.8-16), virar o rosto em direção ao objeto da profecia (Ezequiel 6.1-3), marchar em círculos (Josué 6.1-20), dentre outros, concluindo-se assim a Bíblia registra que a mensagem divina e as realidades espirituais foram dramatizadas de várias formas até hoje usadas. Em suma, existe uma base bíblica para o uso do teatro na proclamação da Palavra de Deus.

11 comentários:

Kaaxh disse...

Muito boa as informaçoes deste Blog! Foram e vai continuar sendo bom para meus ensinamentos de teatro que vou passar a ter na minha irgreja. Gostei!

Unknown disse...

Atuo na equipe de teatro da Terceira Igreja Batista de Brasília, e achei super interessante o blog...que vocês continuem sendo canal de benção...

Unknown disse...

Excelente texto!

Unknown disse...

Muito bom esse texto!

Unknown disse...

Texto muito bom! Me abençoou muito!

Didi disse...

Foi útil pra mim em 2021!

Unknown disse...

Onde a bíblia fala que podemos fazer do culto uma forma de entretenimento? Não podemos nos basear tudo na velha aliança!
Lucas 16:16 Até João Baptista começar a pregar, vigoravam as leis de Moisés e as mensagens dos profetas. Mas agora as boas novas do reino de Deus são anunciadas, e multidões ansiosas esforçam-se por entrar nele.
Até João foi pregado a lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas agora estamos na graça temos que pregar o evangelho de YESHUA,não fazer tudo o que os profetas do velho testamento faziam. Se Deus usou os profetas assim não podemos imitalos, agora que temos o evangelho temos que pregar o evangelho, não fazer tetro na igreja! Não foi isso q Jesus nos ensinou.

Unknown disse...

Acordem! quando os primeiros cristãos não fazia esse paganismo Deus operava seus sinais maravilhas, ai quando chegou isso Deus não operou mais como antes ( lembrando que Deus não muda quem muda é o homem), depois que a maçonaria colocou esse costume nas igrejas Deus não operou como antes.

ARTE DA FAZENDA disse...

Ao contrário do que muitos pensam o Teatro leva a palavra de deus, encenando as passagens bíblicas de diversas formas a fim de quem até é analfabeto, possa entender o significado principal que é levar a mensagem de Cristo através deste instrumento.Há 25 anos a palavra é pregada por nosso pastor mas encenamos alguns minutos a pedido dele algumas passagens.

Anônimo disse...

parabens pelo conteudo, muito intuitivo e exclarecedor, os criticos nada fazer alem de falacias pois em seus tempos oportunos só discutem, espraguejam e nada produzem, parabens e continuem.

Anônimo disse...

Glória a Deus pela vida de quem fez esse estudo, edificou minha vida, irei ministrar sobre o grupo de teatro da minha igreja e com certeza esse estudo será uma referência...

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